O domínio da tecnologia da inteligência artificial pelo Brasil é uma necessidade da economia digital 4.0, que se expande pelo mundo, alertam especialistas. Na Câmara dos Deputados, tramita em regime de urgência um projeto que cria o marco regulatório do setor no país.
Um estudo da Universidade de Stanford, da Califórnia, nos Estados Unidos, revelou que o Brasil foi o mercado que mais contratou inteligência artificial no mundo, segundo informou o coordenador de direito e tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade, Christian Perrone.
Para o especialista, o Brasil já tem muito consumo de inteligência artificial e muita contratação de tecnologia de fora. Porém, na avaliação de Christian Perrone, o país ainda está iniciando na área de pesquisa e com pouco desenvolvimento próprio dessa tecnologia.
O coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade ressalta que China e Estados Unidos são as duas principais nações com domínio sobre essa tecnologia, muito à frente dos demais países. E para ter relevância no cenário internacional, o Brasil precisa dominar a inteligência artificial, segundo argumenta a juíza federal e organizadora do livro ‘Justiça Digital e Regulação 4.0’, Isabela Ferrari: “A inteligência vai gerar efeitos significativos para população, governo, o terceiro setor e até para o posicionamento estratégico do Brasil no âmbito internacional.”
No Brasil, o primeiro Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial foi inaugurado em outubro do ano passado com recursos da Fapesp, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e da IBM, multinacional estadunidense de tecnologia.
Um dos pesquisadores do centro com sede na USP, a Universidade de São Paulo, é o professor Fernando Osório. O especialista no desenvolvimento de carros autônomos ressaltou que o centro busca difundir conhecimento e pesquisa sobre Inteligência Artificial no Brasil. O pesquisador completou que, após o lançamento do primeiro centro de inteligência artificial em 2020, novos sete centros especializados foram inaugurados no Brasil com foco nas áreas de saúde, cidades inteligentes, indústria ou agronegócio.