A inteligência artificial está agindo como um facilitador em qualquer setor que é inserida – não é por acaso que a previsão de gastos de empresas com sistemas cognitivos irá crescer de US$ 8 bilhões em 2016 para US$ 47 bilhões em 2020, segundo pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC). No direito, a importância desta tecnologia não é diferente.
A inteligência artificial atua simplificando processos burocráticos e agilizando o trabalho dos profissionais do setor, que passam a concentrar mais tempo em tarefas impossíveis de serem realizadas por robôs.
“Os profissionais do direito são formados para auxiliar na solução de problemas e demandas da sociedade. Porém, gastam boa parte do tempo realizando tarefas repetitivas ou que necessitam da seleção e análise prévia de milhares de dados”, afirma Ricardo Freitas Silveira, especialista em IA.
Para exemplificar a premissa, o site DIANA reuniu cinco aplicações do uso da inteligência artificial no Direito. Confira:
1. Direito Data Driven
Um dos maiores desafios ainda enfrentados por profissionais do setor jurídico é como aumentar a própria eficácia e produtividade, pois o número de processos, por exemplo, cresce a cada dia. No caso, a ciência de dados pode ajudar o profissional em diversos segmentos, como o monitoramento de dados públicos, cruzamento de dados para investigação de crimes e sonegação fiscal, organização de cláusulas contratuais, identificação da causa raiz e motivos recorrentes de processos contra uma empresa. Se a análise de dados for feita através da inteligência artificial, o advogado poderá ter insights antes imperceptíveis e concentrará seu tempo em como resolver as questões que surgirem.
2. Dados abertos e as leis de proteção de dados
Uma das dificuldades de implementar a gestão a partir de dados é a ausência destes. No Brasil, esse não é um problema tão impactante, pois possuímos a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11) e a Lei de Informatização dos Processos Judiciais (Lei nº11.419/06), que garante uma maior acessibilidade em dados. A iniciativa está ainda mais promissora no país e no mundo com a General Data Protection Regulation (GDPR), e sua versão brasileira, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
3. Small Data x Big Data
A integração de várias fontes de dados é ainda mais importante quando as informações podem ser complementares, como o small e big data. Enquanto o small data vê a foto e organiza os dados estruturados, o big data analisa as grandes quantidades de informações desestruturadas em tempo real. A integração de small e big data na Inteligência Artificial garante que os dados qualitativos serão analisados com os dados quantitativos, oferecendo o melhor das duas tecnologias.
4. Jurimetria
A jurimetria utiliza a análise de dados qualitativos para saber informações importantes sobre processos, como as causas recorrentes, onde estão localizados os principais conflitos e como as decisões judiciais estão julgando cada acontecimento.
5. Legal Design
O “Legal Design” é o design aplicado ao meio jurídico, um conjunto de técnicas que auxiliam na identificação de problemas e estratégias para solução. Ele utiliza ferramentas modernas e tecnológicas para desmistificar o setor jurídico, promovendo o engajamento de clientes e profissionais responsáveis da área.